Amazing – O rock oitentista de Brasília ressignificado
Postado em 17 de setembro de 2025 | 3 views @ 21:03

Surgido em Brasília em 2006, a história do Amazing teve início através do encontro dos amigos Gus D., Fellipe Nava e Rod ‘n’ Rock.

Depois do EP “Hard Rock Crazy Club” de 2019 e dos singles “Hard Rock Life” e “Highway To Paradise”, que moldaram a sonoridade e proposta artística do Amazing, que é o hard rock influenciado por nomes como Van Halen, Aerosmith e Mr. Big, somados a letras que retratam temas clássicos do estilo como festas, relacionamentos e o estilo de vida rock ‘n’ roll, o Amazing lançou seu álbum cheio de estreia, indubitavelmente intitulado “Highway To Paradise”.

O álbum reúne nove faixas e foi gravado no Orbis Estúdio em Vicente Pires/DF e também no estúdio Refinaria no Plano Piloto. Produção, mixagem e masterização são assinadas pelo renomado Will Negrão (Plebe Rude, Raimundos, Graham Bonnet).

Tanto musicalmente como em termos de letras, “Highway To Paradise” expressa com genuinidade sua verdade sobre os sentimentos humanos, sem receio de crítica ou cancelamento.

É sobre isso e um pouco mais essa entrevista que eu fiz com o guitarrista Fellipe Nava. Tá massa. Confere ai.

Brasília foi um centro histórico para o rock no Brasil. Foi ou continua sendo, através de bandas como o Amazing? Como vocês representam essa história nos dias de hoje?

Fellipe Nava – Continua sendo, com certeza! A cena autoral de Brasília, de todo o Distrito Federal e entorno, é gigante e temos muitas bandas e artistas fantásticos. Nós buscamos trazer de volta aquele conceito dos anos 80, pensando nos shows de arena, com muita energia e interação. Acredito que seja isso que nos aproxima do que foi aquele momento. E podemos dizer, seguramente, que vários outros artistas do Distrito Federal têm sua parcela de contribuição para manter essa história viva, dinâmica e instigante.

Ainda sob um contexto da qualidade do que é histórico, musicalmente o Amazing opta por um som que remete ao hard rock dos anos 80. Mas de que forma o som do Amazing pode ser interessante para quem não é, necessariamente, fã da música ou dos artistas dessa época, especialmente o público mais jovem?

Nava – Essa é uma pergunta que a gente já se fez muito (risos). Acredito que nós conseguimos, dentro dessa pegada oitentista, colocar elementos mais modernos também, que podem agradar o público mais jovem. Como as músicas possuem várias camadas e matizes, há momentos em que temos um pouco mais de peso, ou, às vezes, um pouco mais de pegada, mais velocidade, por exemplo. Acredito que essas camadas tornam a música interessante para todos os gostos.

Vocês fizeram recentemente um show gigantesco no Capital Moto Week em Brasília. Pelo tamanho do palco, de onde estavam, creio que não conseguiam enxergar as pessoas na plateia, embora seja uma gratificação para um músico apresentar-se em tais condições. Por outro lado, nos shows pequenos, quando o público está bem defronte ao palco, é possivel ver e até mesmo sentir a reação das pessoas, ou seja, há uma maior interação com a plateia. Qual desses ambientes vocês preferem? E por quê?

Nava – Estamos mais acostumados com os palcos menores, pois é a realidade do underground e da maioria das bandas autorais de hoje em dia. Infelizmente, apenas uma pequena parcela dos artistas autorais consegue chegar, com frequência, aos grandes palcos. Não posso dizer qual gostamos mais, porque, infelizmente, essa experiência do CMW foi a única, mas posso dizer que ficamos muito confortáveis lá em cima e que estamos loucos para termos a oportunidade de tocar em palcos tão grandes assim novamente. Agora, de fato, sentir a energia do público tão perto de nós faz muita diferença ali na condução do show.

O refrão da faixa título “Highway To Paradise” é típico de um hit do gênero. Tanto pela estrutura musical quanto pela letra, cujo refrão nos revela:

“Highway To Paradise (Hey, Hey)
She drives me crazy, out of my mind
Oh, can’t you see, I can’t deny
We’re gonna fall in love tonight”

Hits devem fazer prevalecer a incomplexidade?

Nava – Eu acredito que a simplicidade é a chave para a construção de um grande hit, principalmente quando falamos de hard rock. Um exemplo que eu sempre gosto de dar é o Extreme. Sem dúvidas, a banda possui músicas absurdamente fantásticas, com um nível técnico que não deve em nada para os maiores nomes do rock e metal, mas o maior hit da banda é “More Than Words” que, se comparada com as demais músicas da banda, é uma música simples. Na minha opinião isso se repete com a maioria das bandas dos anos 80. Skid Row teve “I Remember You”, Mr. Big com “To Be With You” e não são apenas baladas, prova disso é “Rock You Like a Huricane” dos Scorpions. A lista é gigante e tem música para todos os gostos! (risos)

As letras do Amazing em “Highway To Paradise” tratam, sobretudo, sobre as relações humanas, em especial as relações românticas: “Heart Beat”, “Crying Baby”, “Forbidden Fruit”, “Sex Machine”, a faixa título… O ser humano não amadureceu na relação com o outro desde os Beatles?

Nava – Essa é uma pergunta bem complexa. Minha resposta será bem pessoal e, certamente, cada um dentro da banda poderia respondê-la de uma forma diferente. Eu, Fellipe, acredito que por um bom tempo tivemos uma curva evolutiva nas relações entre as pessoas. Havia o respeito, o cuidado com o outro, a empatia. Tornamo-nos, em um certo momento da história, mais humanos. Entretanto, hodiernamente, vivemos uma curva de degradação nessa relação com o outro. Eu costumo dizer que o mundo adoeceu, infelizmente. E esse adoecimento tem levado a maioria das pessoas a ter um péssimo relacionamento com o próximo.

Ouça “Highway To Paradise” no Spotify:

Assista o vídeo de “Hard Rock Life” no Youtube:

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