Fabricio Fonseca – Cover: opção imposta em tempos de ouvidos preguiçosos
Postado em 17 de setembro de 2025 | 94 views @ 19:15

Natural de Londrina, no Paraná, Fabricio Fonseca é um experiente vocalista e professor de canto com mais de 25 anos de carreira. Graduado em música pela renomada UEL, Fabricio Fonseca foi vocalista da banda Hocus Pocus com quem gravou três álbuns e fez uma turnê pela Europa em 2009. Também foi vocalista da “Onde Os Fracos Não Têm Vez”, turnê realizada ao lado do renomado baterista Aquiles Priester.

Atualmente, Fabricio atua através de duas bandas: a Cometz que interpreta artistas variados de rock e pop internacional, e a Queen Tribute Brazil, a primeira banda tributo ao Queen do país que tem sempre agenda muito cheia, com shows por todo território nacional.

Mas Fabrício Fonseca também têm muito a dizer como compositor, e agora se lança em carreira solo autoral. Seu primeiro lançamento é a música “Rain Down” que já está disponível em todas as plataformas de streaming.

Foi um prazer bater esse papo com ele sobre covers e música autoral. Um cara muito inteligente que tem o que dizer. Confira.

Você é um músico profissional com uma carreira estabilizada no mercado de bandas cover/tributo. O desejo de se expressar como compositor veio antes ou depois da carreira como cover?

Fabricio Fonseca – Veio antes. Na verdade, quando comecei a me interessar por música, por rock e por cantar, já tinha a ideia de queria compor músicas. Tanto é que a primeira vez na vida que subi no palco para cantar já era com música própria, com minha primeira banda, chamada Outcry. A música se chamava “Eyes in the Darkness”, isso em 1996. Em 1999 tive outra banda chamada Fatuous Fire, também fazíamos composições autorais e chegamos a gravar

uma demo-tape, que até saiu a resenha em algumas revistas especializadas da época. Chegamos a participar de um evento com o Pink Cream 69 e DC Cooper. E mesmo tempos depois, quando comecei a fazer faculdade de música, em 2002, tive a Hocus Pocus, em que éramos todos alunos do curso de música. Em 2011, quando eu saí da Hocus Pocus, foi que entrou essa questão do cover, da música para entretenimento, dessa parte, vamos dizer assim, mais comercial da música e menos artística, talvez.

Considerando essa perspectiva, se você pudesse sobreviver, no sentido econômico, com sua carreira autoral, você, ainda assim, faria covers?

Fabricio – Se eu tivesse uma carreira sólida com música autoral, seja banda ou solo, não trabalharia mais com covers. A não ser, talvez, gravar, fazer versões de algumas músicas de outros como todo artista faz.

Então, em sua opinião, a música autoral contemporânea é desvalorizada diante dos clássicos interpretados por bandas cover?

Fabricio – Acho que desvalorizada não, até porque sempre tem alguma banda ou algum artista novo aparecendo, ainda mais hoje em dia com a facilidade de compor, gravar e divulgar. O problema, para mim, é o público em geral, que só quer ouvir o que ele conhece, só quer ouvir as músicas que ele gosta e sabe cantar. A apreciação musical ficou preguiçosa, não temos mais tantos ouvidos pensantes, e o espaço para novidade parece estar cada vez mais nichado. Pois artistas novos, bandas novas sensacionais, o mundo tem de baciada, mas não chega onde poderia chegar e são bem poucos que ainda garimpam atrás de coisas novas.

Freddie Mercury tinha algo especial que Fabricio Fonseca não pode ter?

Fabricio – Sim! Não me considero tão talentoso para escrever músicas como ele. Jamais! O Freddie era um compositor fora da curva, muito inventivo e profundo. Agora, como cantor, talvez eu tenha algumas habilidades técnicas de voz e performance que ele não tivesse, ou não conseguiria fazer com a voz, mas acho que isso não importa muito no final das contas.

“Rain Down” é sobre “aceitar a chuva como parte do caminho”, como está declarado por você no press release. A água, a chuva, é um símbolo para as emoções. Quais emoções e em que nível de subjetividade está sua abordagem nessa música?

Fabricio – Eu acho que é sobre deixar os arrependimentos, as dores, os erros, escorrerem para fora da gente, pois nós temos a tendência de guardar mágoas, sentimentos ruins, e as vezes levar isso junto, dentro da alma, por muito tempo. E isso corrói! É a chuva e a água no sentido de limpeza da alma, de deixar a água suja da dor e do ressentimento ir embora pro ralo.

Ouça “Rain Down” no Spotify:

Assista também um vídeo lançado para a música no Youtube:

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